Ao ouvir a palavra “investimento”, é provável que pensemos imediatamente em ações, títulos, fundos de investimento, imóveis e carros. Mas por que raramente pensamos no mecenato artístico, uma forma de investimento que já provou ser um dos maiores retornos financeiros do mundo?
O mecenato artístico, ou seja, o ato de investir em artistas e suas obras, é uma prática com uma história rica e fascinante. Pode parecer mais arriscado do que jogar na bolsa de valores, mas, com a devida educação, pesquisa e aconselhamento, esses riscos podem ser significativamente reduzidos, deixando espaço para retornos impressionantes.
Vejamos um exemplo recente do fenomenal retorno financeiro que o mecenato artístico pode proporcionar. A obra de arte digital ‘Everydays: The First 5000 Days’ do artista americano Beeple foi vendida em 2021 como um NFT (Token Não Fungível) por uma cifra estrondosa de 69 milhões de dólares. Em menos de 15 anos, Beeple passou de um artista relativamente desconhecido a um dos três artistas vivos mais valiosos do mundo.
Não se trata apenas de investir em artistas já estabelecidos; há também uma imensa gratificação (e potencial de retorno financeiro) em descobrir novos talentos. Comprar obras de artistas que você admira e aguardar que elas se valorizem ao longo do tempo pode ser uma estratégia interessante e gratificante.
Um exemplo notório é o do artista britânico Banksy, conhecido por suas intervenções urbanas cheias de crítica social e política. Banksy iniciou sua carreira criando sua arte em edifícios e estruturas ao redor do mundo, geralmente à noite para manter sua identidade em segredo.
Ao longo do tempo, sua arte ganhou reconhecimento global e suas peças, quando vendidas, alcançam preços astronômicos. Em termos de financiamento, seria mais preciso dizer que os colecionadores de arte e entusiastas que compram suas obras em leilões, exposições ou diretamente, quando disponíveis, estão financiando seu trabalho. Além disso, Banksy também vende impressões e outros itens através de sua marca “Pest Control”, que fornece outra fonte de financiamento.
Os riscos associados ao mecenato artístico podem ser atenuados. Assim como em qualquer outro tipo de investimento, a diversificação é crucial. Ter uma carteira diversificada de obras de arte pode ajudar a minimizar as perdas se uma obra de arte em particular não se valorizar como esperado. Da mesma forma, o aconselhamento de especialistas em arte pode ser fundamental para fazer escolhas informadas.
É vital para um mecenas analisar os detalhes de um projeto artístico – seus custos, a qualidade da proposta, a credibilidade dos artistas envolvidos e o plano de divulgação. Com esses fatores cuidadosamente considerados, o mecenato artístico pode ser menos arriscado do que a bolsa de valores.
Ao contrário de uma ação, uma obra de arte raramente perde todo o seu valor. O mercado de arte, de fato, tem se mostrado notavelmente resiliente durante crises econômicas. Em vez de depreciar, as obras de arte tendem a se valorizar exponencialmente com o tempo.
Ao pensar em investimentos, considere o mecenato artístico. Com a abordagem correta, pode ser uma maneira valiosa e menos arriscada de diversificar sua carteira.
O valor do mecenato artístico vai além do financeiro. Ao investir em filmes, documentários, livros, campanhas de marketing, na publicidade de uma marca, você está investindo em cultura, contribuindo para enriquecer nossas vidas e comunidades. O mecenato é uma maneira de eternizar sua existência através das artes, de reconhecer o trabalho dos outros. Afinal, o impacto dos relacionamentos perdura por muito tempo.
O mecenato artístico é um investimento na humanidade – é uma forma de abrir a mente, alimentar a alma e criar conexões poderosas. Então, por que não considerá-lo ao planejar seus próximos investimentos?
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Abraços.
Escrito por Fernanda Machado e Daniel Pátaro, na agência Conteúdo Estratégico.
